Vietname, a denúncia de uma realidade oculta

 

 

 

    Mais do que descrever no que consistiu o processo da Guerra do Vietname, iremos expor a questão que foi por nós levantada e que converteu o que podia ser um mero descritivo, numa interessante questão a debater.

    Sabemos que ao longo de todo ano 68, e dos processos que decorreram durante este período, os jornalistas tiveram um papel fulcral quanto à mediatização de muitos dos movimentos de contestação, como por exemplo o caso de Praga, em que se infiltravam entre a multidão captando imagens inéditas, à hora da entrada dos tanques em Praga.

    Mas os acontecimentos que acabamos de referir são de facto apenas um dos muitos exemplos que podemos enumerar. E o que consideramos ser o mais expressivo a este título é sem dúvida a Guerra do Vietname. Esta poderia ter sido apenas mais uma guerra, poderia ter sido apenas mais uma entre muitas outras, mas não, esta foi diferente. A exposição das imagens fez eclodir a contestação, o mediatismo e a polémica ao redor desta Guerra.

    Afinal quem foram os autores das imagens? Quem foram os aventureiros e corajosos geradores de polémicas? E que levaram a discussão para as ruas?

    Eddie Adams, Nick Ut, Cláudio Versiani, foram alguns dos jornalistas que contribuíram para a difusão destas imagens. 

    1968, data em que foi editada a primeira fotografia que lançou os dados para “a denúncia de uma realidade oculta”. Esta foi uma das imagens captadas por um dos grandes jornalistas presente no palco de Guerra, Eddie Adams, durante a Ofensiva de Tet em 1968. Este foi o acontecimento que deu início a Guerra do Vietname, e que desde 30 de Janeiro (dia em que eclodiu) até 8 de Junho desse mesmo ano, significou a possibilidade de o mundo dar uma espreitadela ao que se passava, não só através do pequeno ecrã que já dava cartas mas também através de outros meios de comunicação. Este foi o primeiro acontecimento que elegemos para trabalhar a favor da tese que pretendemos defender neste subtema, tendo em conta a bateria de imagens que começaram a surgir e a alimentar os movimentos de contestação a partir desta Ofensiva. Este ataque partiu do exército vietcong, liderado por Ho Chi Minh, que lançou um ataque-surpresa contra uma base Norte-Americana assediada no Vietname do sul. Nesta Guerra foram captadas mais imagens que denunciam o lado negro duma Guerra que ficou quase isolada durante 9 anos.

   

 Estas imagens são umas das que marcaram a Guerra do Vietname que levaram as pessoas a revoltar-se contra a Guerra.

 

    8 De Junho de 1972. Data em que a imagem que foi captada em 1968 po Nick Ut foi editada. Esta é uma das mais celebres fotografias que registou o momento exacto da fuga de sul vietnamitas da aldeia de My Lai. A menina nua que fugia pela estrada a gritar devido às queimaduras provocadas por Napalm, resultantes do massacre que se deu a 16 de Março de 1968. Muitas das vitimas foram violadas, espancadas, torturadas e mutiladas antes de receberem o “golpe de mesiricórdia” (considerado por alguns. Mas este “golpe” era tão violento como os actos no campo de batalha).

Foto: Nick Ut

    Percorrido o processo, concluimos que foi fácil fazer um discritivo a partir da “herança” que os jornalistas  nos deixaram as imagens. Pela sua expressividade, as imagens acabam por falar por si mesmas, e passam a mensagem mais expressivas que “mexe” com os sentimentos e com as emoções de quem as observa. No início deste trabalho, começamos por expor a nossa intenção de analisar o papel da imagem, e dos seus autores, os jornalistas.

    “ A Guerra do Vietname exacerbou todos os conflitos e agravou as tenções entre os jovens e as instituições e autoridades estabelecidas” Afirmou John Searle. (primeiro docente a aliar-se aos estudantes no Free Speech movent em 1964).

    Eis um dos efeitos provocados pela Guerra, causados pelo grande impacto que tiveram na história recente.

    Em suma, dentro do processo de denúncia e de contestação á Guerra do Vietname, estão incluídos os jornalistas e os seus produtos de reportagem.

    O jornalista no panorama da guerra, funde-se com o acontecimento e produz as fontes da sua leitura. O melhor exemplo que podemos enunciar a esta hora é o filme Apocalipse Now, ele mesmo significou um objecto de denúncia da Guerra, centrado na figura de Coronel kurtz e do seu perseguidor, está a personagem jornalista repórter, interpretada por Dennis Hopper.