O panorama Americano

 

    Iremos inaugurar este capítulo com uma pequena abordagem de como se encontrava a América durante a década de 60. Para começar e de uma maneira geral, podemos considerar que os anos 60 significaram uma época de profundas mudanças, muito particularmente, em relação às mentalidades e à maneira de como a população americana lidava com indiferença, e até algum desrespeito em relação ao que não se inseria dentro dos padrões dessa sociedade, que primava por garantir o seu próprio bem-estar, considerando assuntos do ponto de vista humanitário, como as crianças que morriam diariamente na guerra do Vietname, como um assunto secundário.

    Os Estados Unidos estiveram durante muito tempo convencidos da sua superioridade moral em relação aos outros países. No entanto, no inicio dos anos sessenta a situação tanto interna como externa, agravou-se. Os estudantes, que aqui ganham principal foco, apontavam as suas críticas contra uma sociedade orientada para a exploração económica do indivíduo e num clima político repressivo.

    A guerra do Vietname só veio agravar o mal-estar que muitos cidadãos sentiam em relação á sociedade da abundância.” O importante não é encontrar um lugar na sociedade, mas modificá-la de modo que se torne desejável encontrar um lugar nela.” (Mário Savio, porta voz do movimento free speech movement) esta expressão indica-nos com clareza a concepção política da “ruidosa” geração de 60.

    Há também que sublinhar alguns acontecimentos e eventos que contribuíram para justificar este clima de discórdia, como por exemplo os já referidos festivais de Monterey em 1967 e o de festival de Woodstock em 1969 (onde a contracultura juvenil atingiu o seu ponto máximo), a marcha ao Pentágono, bem como o inicio das viagens espaciais, e a chegada à Lua. Temos também como possíveis em ícones de enunciar por exemplo: os irmãos John e Robert Kennedy (JFK) (tendo sido o primeiro referido, Presidente dos EUA) bem como o Representante máximo do movimento pela igualdade dos direitos cívicos dos negros, Martin Luther King. Todos estes, homens revolucionários e originadores de esperança, acabam assassinados.