Luther King e a luta por uma sociedade justa e igualitária

 

“I have a dream”

 

    Esta era a imagem que caracterizava a sociedade norte América no pós 2ª Guerra Mundial. Uma sociedade racista, preconceituosa, conflituosa, e dividida entre “brancos”e “negros”. Neste contexto, e com a detenção de Rosa Parks em 1955, Martin Luther king inicia a sua luta a favor de uma sociedade igualitária, em que os direitos cívicos se pudessem estender a todos os cidadãos, independentemente da sua cor, etnia, estatuto social e/ou religião. Conseguiu, assim, depois de um ano de luta legislativa, abolir a descriminação racial nos transportes públicos.

    O êxito desta acção reivindicativa, converteu-o no representante máximo do movimento pela igualdade dos direitos cívicos dos cidadãos negros norte americanos. King levou a sua mensagem a vastas regiões do país, mobilizou as massas para a luta contra a discriminação e reclamou o direito ao voto dos Afro-americanos.

    No Verão de 1963, foi um dos organizadores da Grande marcha sobre Washington, que levou à concentração de uma multidão nunca antes vista, em frente ao monumento A. Lincoln. Perante 250.000 pessoas, King pronunciou um dos discursos mais célebres da história do Séc. XX, que começava com as palavras “I have a dream” (“Tenho um sonho, de que, por fim, um dia, o Estado do Mississípi, onde se padece com o calor sufocante da injustiça, o calor sufocante da opressão, se transformará num oásis de liberdade e justiça […] Hoje tenho um sonho!”). E concluía: “Esta é a nossa esperança. Esta é a Fé que levarei comigo ao voltar para o Sul. […] Com esta Fé poderemos trabalhar juntos, rezar juntos, lutar juntos, ser presos juntos, erguer-nos juntos pela liberdade, sabendo que um dia seremos livres.”.

    Aliado a este sonho, podemos referir a importante participação dos irmãos Kennedy, que embora tenham contribuído de uma maneira diferente, ambos se mostraram relevantes.

    Em relação a John F. Kennedy, classificamos a sua atitude como sendo benéfica, no decorrer do processo. Podemos comprová-lo através do seu discurso de candidatura à presidência, que reflectia vontade de enfrentar problemas como a desigualdade Social, discriminação racial e a pobreza. Consideramos também que, pelo facto de estarmos perante uma sociedade racista, que foi importante este tipo de ideário ter partido de uma pessoa branca, uma vez que é tida como uma tentativa de combate ao racismo. Apresentou também a sua política a favor dos negros, ajudado, pelo impulso prestado pelo Pastor Martin Luther King, e em Junho de 1963, tentou levar ao Congresso um projecto de direitos cívicos mais igualitários. No entanto, este acaba por ser recusado pelo Congresso.

    Tal como viria a acontecer com Martin Luther King, foi assassinado a 22 de Novembro de 1963, em Dallas, em condições muito misteriosas.

     Em relação a Bobby Robert, após a morte do irmão, continuou como Ministro da Justiça, e trabalhou com o Presidente Lyndon Baines Johnson, sucessor de JFK no poder, até Setembro de 1964. Nesta altura, começaram a surgir algumas divergências entre Robert Kennedy, e o actual presidente Lyndon Baines Johnson, pois diferiam de opinião quanto a guerra do Vietname.   

    Esta guerra vinha a consumir uma grande parte da economia dos EUA, e com o presidente Lyndon Baines Johnson, a fazer cortes nos programas de ajuda à pobreza, Robert Kennedy alia-se à causa de Luther King, e juntos lutam contra as despesas geradas pela guerra do Vietname, a pobreza, a injustiça racial e social.

Viria a assassinado a 5 de Maio de 1968, com apenas 42 anos, logo após a vitória nas eleições primárias, encerrando assim o seu sonho, de suceder ao seu irmão John Kennedy como Presidente dos Estados Unidos da América. 

 

    Em suma: como referimos anteriormente, a luta do pastor extravasou as questões raciais. Luther King caracterizou-se por ser também um activista contra a participação dos Estados Unidos na guerra do Vietname. Acaba tragicamente assassinado, vítima de um disparo mortal a 4 de Abril de 1968,na varanda num motel de Memphis. Ao contrário do que se esperava com a morte do pastor norte-americano, esta não significou o fim da luta pelos direitos cívicos, mas sim a radicalização da mesma.

    Com a morte de Luther King, registou-se o culminar de vários distúrbios fruto da ira dos cidadãos negros, espalhados por 172 cidades. Ralph Abernathy sucessor de Luther King como líder dos movimentos pelos direitos dos cidadãos negros, não conseguiu sustentar o apelo a “não-violência”.

    Apesar do atrás exposto, todo o percurso deste «herói do povo» afro-americano.